Dando os primeiros passos

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Débora Mendes Correia Silva
Fabio Alexandre Paiva Freitas

da Redação Da Revista Scientia

“Fale-me sobre a sua experiência profissional”. Essa é uma frase que preocupa a maioria dos recém-formados de um curso de ensino superior ou profissionalizante durante uma entrevista de emprego. Comprovar a vivência profissional para um recrutador durante um processo de seleção sem dúvida é um diferencial para conquistar a tão sonhada vaga, mas, na maioria das vezes, torna-se um grande empecilho para todo aquele que está iniciando. Uma atividade que pode auxiliar o estudante a adquirir experiência, mesmo que breve, é o estágio.

Mencionado pela primeira vez no ano de 1080, o termo estágio deriva do latim stagium (“local para morar”) e stare (“estar num lugar”). Em 1630, a palavra stage surgiu na literatura francesa, referindo-se ao período transitório de treinamento de um sacerdote para o exercício de seu mistério, ou seja, o tempo que um cônego (padre) deveria morar na igreja, antes de ter seus direitos por completo. Portanto, desde sua origem, o termo estágio sempre esteve vinculado à aprendizagem posta em prática num adequado local sob supervisão.

De acordo com a Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, este é um “ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de estudantes”. Ele proporciona ao estudante a vivência prática do cotidiano na área profissional, o aprendizado e o desenvolvimento de competências específicas ligadas à sua profissão que até então se resumiam a teorias vistas em sala de aula. A pessoa que deseja realizar um estágio precisa necessariamente estar matriculada em uma instituição de ensino e deverá conciliar suas atividades de forma a não criar conflitos ou perda do rendimento acadêmico.

Muitos estagiários que se mostram proativos e eficientes podem ser contratados pelas empresas que os receberam, o que significa mais um funcionário capacitado para preencher o quadro de colaboradores. Dependendo da função, saber ouvir e ter vontade de colaborar são características muito mais importantes do que a experiência adquirida previamente em sala de aula.

Segundo um levantamento realizado pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), uma das principais entidades de apoio para estudantes, adolescentes e jovens ingressarem no mercado de trabalho, seis em cada dez estagiários são efetivados devido à experiência adquirida no estágio. Isso comprova que o estágio é uma atividade que abre portas para o mercado de trabalho.

Não são apenas os estudantes regulares de cursos profissionalizantes que têm direito a estágio, mas também alunos da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade conhecida como educação de jovens e adultos (também conhecida como jovem aprendiz).

Os benefícios do estágio não se restringem apenas a quem o realiza. O CIEE coloca que, para o empregador, “ter um programa de estágio representa a possibilidade de recrutar e capacitar futuros profissionais, possibilitando a descoberta de talentos e assegurando a longevidade dos valores difundidos pela empresa”. Quem contrata um estagiário encontra um profissional sem vícios de trabalho, muito disposto a aprender e cheio de ideias novas.

Por sua vez, para o colaborador (ou equipe) que recebe em sua área o estagiário, ocorrem o crescimento, o aprendizado e a atualização por meio da troca de experiências, ideias, conceito e estratégias. Este se vê em uma condição que deve exercer um papel de mentor e, para isso, muda suas atitudes e posturas na maioria das vezes de forma positiva, pois entende seu papel na formação daquele futuro profissional.

O estágio pode ser considerado obrigatório, quando integra as atividades do projeto pedagógico do curso e cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção do diploma. Também podem ser desenvolvidas atividades em estágio não obrigatório (também chamado de extracurricular), que ocorre em caráter opcional, sendo suas horas acrescidas à carga horária regular e obrigatória. Este segundo se configura como um dos principais meios que possibilitam o crescimento pessoal e profissional. É importante ter em mente que a qualificação e a experiência devem caminhar juntas para atingir o sucesso profissional.

O Hospital Sepaco, por meio da qualidade do seu atendimento, diversidade no perfil dos pacientes e casos, aliado a uma equipe altamente capacitada, tem se colocado como um campo rico para a realização de estágios. A procura por parte das instituições de ensino e diretamente pelos alunos tem aumentado a cada ano, como pode ser visto no gráfico ao lado.

Na próxima vez que o seu setor receber um ou mais estagiários, procure compartilhar suas experiências profissionais e seu conhecimento. Oriente a respeito dos protocolos, rotinas e melhores práticas operacionais, além de direcionar para a importância de conceitos como segurança e qualidade em todas as atividades desenvolvidas. Atitudes como essas significam muito para quem está começando.

O papel do mentor é fundamental para a formação do estagiário. Foto: Jonatas Oliveira

Sobre os autores

  • - Enfermeiro de Ensino e Pesquisa do Instituto de Ensino e Pesquisa no
    Hospital Sepaco
    - Bacharel e licenciado em Enfermagem pela Universidade Federal do Paraná
    - Aprimoramento em Saúde Baseada em Evidências pelo Hospital Sírio Libanês
    - Especialista em Enfermagem em Emergência pelo Hospital das Clínicas da FMUSP
    - Especializando em Gestão e Engenharia da Qualidade pela Poli-USP

  • - Assistente Administrativa do Instituto de Ensino e Pesquisa no Hospital Sepaco
    - Cursando Administração de Empresas pela UNIP
    - Técnica em Química pelo Colégio Kennedy
    - Técnica em Segurança do Trabalho ETEC