PERFIL | Stephanie Mahana Oliveira de Deus

Revista Scientia: Quando você percebeu que queria seguir a carreira médica?
Dra. Stephanie: Desde a infância comecei a ter gosto pela Medicina, os primeiros indícios foram as brincadeiras.
A ideia foi amadurecendo, eu tinha certeza de que queria ser médica, e mais, tinha certeza da especialidade que seguiria: Pediatria. Me fascina poder cuidar do outro, ver como podemos curar, aliviar ou simplesmente e, não menos importante, consolar, principalmente em um momento em que nos encontramos tão vulneráveis diante de uma enfermidade.
Revista Scientia: Sua graduação foi fora do Brasil. Quais foram seus maiores desafios durante os estudos e na volta para o país?
Dra. Stephanie: Acredito que um dos maiores desafios em realizar minha graduação no exterior foi me adaptar a uma nova cultura, com hábitos e costumes totalmente diferentes de tudo aquilo que já conhecia. A questão de aprender um novo idioma também foi um desafio, a distância da família, os momentos de solidão. Foi um grande aprendizado tanto profissional quanto pessoal. Hoje, com toda certeza do mundo, posso dizer que foi uma experiência incrível, apesar de todas as dificuldades encontradas ao longo de todo esse percurso. Já o regresso ao Brasil foi um processo de readaptação, cheio de expectativas e incertezas de como seria exercer a profissão que escolhi com tanto amor, como ingressar no mercado de trabalho, como me preparar para lidar com o preconceito que sofreria por ter realizado a faculdade no exterior, além do longo e trabalhoso processo de revalidação do diploma.
Revista Scientia: Por que escolheu fazer a residência em Pediatria no Hospital Sepaco?
Dra. Stephanie: Desde que retornei ao Brasil, comecei a atuar no Sistema Público de Saúde (SUS), onde adquiri uma vasta experiência na Atenção Básica e aprendi a realizar atendimentos e procedimento mais complexos com poucos recursos. Em seguida, optei em realizar minha residência no Sepaco por ser um hospital de grande referência em Pediatria, com uma infraestrutura altamente avançada com equipamentos de ponta, o que me proporcionaria um conhecimento mais amplo sobre essas tecnologias, muitas delas ainda não disponibilizadas pelo SUS. Pretendo realizar minha subespecialidade em Neonatologia, então um dos fatores que também foi decisivo na minha escolha foi, o Hospital Sepaco ser uma grande referência em prematuros, a UTI neonatal possuir serviços especializados e uma estrutura preparada para o atendimento de recém-nascidos de alto risco. Isso é apaixonante!
Revista Scientia: Qual foi a decisão mais difícil que precisou tomar na profissão?
Dra. Stephanie: Acredito que somos expostos a decisões difíceis todos os dias em diversos momentos. Vivemos sob pressão, precisamos tomar decisões rápidas e assertivas e diversas perguntas ressoam: Será que posso fazer algo a mais por esse paciente? Será que algo está passando despercebido? Devemos entrar com cuidados paliativos? E quando perdemos algum paciente? É muito difícil aprender a lidar com a dor da perda.
Revista Scientia: Quais seus planos para o futuro? Como você se vê daqui a cinco anos?
Dra. Stephanie: Pretendo realizar minha subespecialidade em Neonatologia, trabalhando assim em sala de parto, UTI Neonatal, Alojamento Conjunto e Unidades de Cuidados Cangurus. Almejo também ter meu consultório próprio para poder dar seguimento nos cuidados dos “meus pequenos” e desejo estar em constante crescimento profissional, especializar-me em cuidados aos prematuros e recém-nascidos de alto risco. Enfim, são muitos planos, muitos sonhos.