O papel do hospital na formação de novo psicólogos

Katia Rodrigues dos Anjos
Da redação da Revista Scientia

De acordo com Paiva (1), “a dor é um
vento áspero que passa por dentro
da gente e atravessa para o outro
lado carregando pedaços da alma…”.
A psicologia é um campo aberto
dentro do ambiente hospitalar, pois
a sua estrutura e capacidade podem
ir além de um simples atendimento
individual. Possibilita conhecer todo
o cenário, interagindo com os
pacientes, experimentar a prática
e lhes dar o conforto necessário
naquele momento de dor onde,
na maioria das vezes, não existe,
é enxergar o outro lado como um todo.

A Psicologia é a ciência que estuda
o comportamento humano, seu
funcionamento e processos mentais.
Seu estudo instrumentaliza o psicólogo
a atuar no diagnóstico, no tratamento
e na prevenção de transtornos mentais.

Essas são palavras de Patrícia Lebensold
Mekler, Coordenadora da Psicocare,
empresa que presta atendimento
a pacientes e seus acompanhantes
e colaboradores do Sepaco, dando
todo o suporte necessário para que
sejam acolhidos, entendendo o
problema de cada um e buscando
a melhor forma para trazer
segurança. Além das atividades
desenvolvidas com o público
interno e externo do Sepaco,
a Psicocare também recebe
estudantes e graduados em
Psicologia para atividades
complementares. Os participantes
dessas atividades complementares
têm a oportunidade de acompanhar
a rotina de trabalho do psicólogo
no ambiente hospitalar, conversar
com os profissionais mais experientes,
sanar dúvidas, compreender o motivo
dos procedimentos e intervenções
propostas, além de receber indicação
de textos e livros para leituras.

Essas atividades complementares são
um incentivo para que a equipe da
Psicocare desenvolva o seu trabalho
de aprimoramento aos estudos desses
alunos, que vão em busca da sua formação,
e o reconhecimento no ambiente hospitalar.
Desse modo, favorece o desenvolvimento
da autonomia e iniciativa, além de
propiciar a integração da teoria com
a prática, direcionando o participante
dentro das áreas de estudo da Psicologia.

A atividade complementar vem com
a proposta de propiciar o encontro
do estudante com o universo profissional,
contribuindo para uma formação
mais ampla.

Esse plano de ensino da Pscicocare
dentro do Hospital acaba abrangendo
um enriquecimento de saberes, para
maior desenvoltura na aprendizagem
dessas atividades complementares,
enquanto propicia ao participante mais
uma experiência prática e segurança,
com a possibilidade de observar o
ambiente real, verificar sua dinâmica,
a organização, as relações e, a partir
desses aspectos, realizar a interlocução
com a teoria.

O Capital Humano é, sem dúvida, o
recurso de maior valor que temos.
Desenvolver e capacitar profissionais
e futuros profissionais com as práticas
mais atuais é o desafio que a Psicocare,
junto com o Hospital Sepaco, abraçou.

Nas atividades complementares, o
participante, sempre acompanhado
pelo psicólogo, observa e vivencia a
atuação profissional em diferentes
setores do hospital: Internação Adulto,
Internação Pediátrica, UTI Adulto, UTI
Pediátrica, UTI Cardiológica Pediátrica,
UTI Neonatal e/ou Maternidade.

Dentre as diversas rotinas que o participante
pode vivenciar estão visitas multidisciplinares,
as discussões de casos clínicos, a triagem
psicológica, a elaboração de registro para
evolução psicológica em prontuário e as
discussões sobre a complexidade emocional,
entre outros.

A atividade complementar é elaborada a
partir da necessidade do participante que
nos procura, tornando essa experiência
personalizada. Se o mesmo deseja entender
mais sobre a atuação junto à equipe
multidisciplinar, recebemos o aluno em
momento em que temos a visita. Se o
desejo é entender mais sobre a atuação
junto aos familiares, optamos por setores
em que a família está presente de forma
mais constante.

Muitas vezes observamos que há uma
falta de articulação da teoria com a
prática, tão necessária para a formação
de um bom profissional. Saber articular
o conhecimento adquirido é parte
da formação e as atividades
complementares possibilitam
a aproximação do estudante de
graduação da realidade social e/ou
comunitária que nos cerca. Uma maneira
que se pode contribuir é através de
parcerias entre o mercado de trabalho
e as universidades.

Referência bibliográfica

• Paiva, D. de S. Poesias – SERPP. In: LIMA,
Helenice Gama Dias de. (Coord.)
Construindo Caminhos para a Intervenção
Psicossocial no Contexto da Justiça. Brasília:
Gráfica TJDFT, 2003. 388 p.