Perfil: Dr. Maurício Gustavo da Silva

Revista Scientia: Por que escolheu fazer Medicina?
Dr. Maurício: A escolha da medicina como profissão a
princípio se atrelava à resposta corriqueira: sempre quis
desde pequeno, mas, no meu caso, o ponto de transição
do ensejo pueril para a determinação do objetivo profissional ocorreu no momento do óbito de meu avô, o qual despertou-me o desejo de compreender como um processo orgânico conseguia agregar tantos valores emocionais. Como a matéria poderia abrigar tantos sentimentos os quais se perpetuavam a despeito do processo de adoecimento? Ao mesmo tempo, gerou-me a angústia incessante de buscar respostas para a dor daquele momento, me levando em definitivo para a área da saúde.

Revista Scientia: Qual a situação mais adversa que passou
em sua carreira?
Dr. Maurício: O cotidiano médico é provido de condições
adversas diárias que devem ser transpassadas para um atendimento adequado ao paciente, mas a situação a qual ainda perdura quase como rotina é o atendimento em serviços de saúde público que em sua maioria é desprovido de tecnologia e insumos para o atendimento dentro das normativas científicas, deixando grande parte da população à margem de um atendimento digno e alinhado com a evolução científica, em muitos casos, culminando com desfechos graves que poderiam ter sido evitados, talvez essa tenha sido e será ainda umas das maiores adversidades da profissão.

Revista Scientia: O que te fez optar pela área de
Pediatria? Por que escolheu o Hospital Sepaco?
Dr. Maurício: A área da pediatria me atraiu pela possibili-dade da atuação além do processo dicotômico de saúde e doença, mas também ao atendimento biopsicossocial, garantindo um desenvolvimento pleno do potencial a que somos impelidos pela carga genética e ambiental com possibilidades de auxiliar na adequação do indivíduo em desenvolvimento de maneira holística. Tais ensejos pude presenciar no Hospital Sepaco desde minha residência médica em nefrologia há quase uma década, sendo notória a busca do serviço por melhorias técnicas, educacionais,
científicas, mas mantendo o atendimento humanizado como base para a ancoragem da evolução do serviço. Dessa forma, foi natural a opção por trabalhar na instituição Sepaco, que congrega valores científicos e éticos ao atendimento ofertado.

Revista Scientia: Quais são as motivações para ser
Preceptor Médico?
Dr. Maurício: A preceptoria favorece um caminho
para contribuir na árdua formação acadêmica por
meio do desenvolvimento das áreas do conhecimento necessárias à profissão e também para a transmissão de ferramentas para um processo de atendimento humanizado e global, para que se tornem médicos na acepção do conceito primordial defendido no juramento de Hipócrates, e não somente espectros médicos que tenham seus propósitos deturpados para algo além do único interesse que realmente importa, que é o bem-estar do paciente.

Revista Scientia: Quais são os planos para o
futuro?
Dr. Maurício: Para o futuro, espero continuar vinculado a esta instituição que se encontra em pleno desenvolvimento e amadurecimento de uma estrutura sólida de atendimento com ética, humanização, conhecimento técnico científico atualizado, espero poder contribuir nesse processo que em contrapartida me provém meios para a educação e o desenvolvimento de meus filhos.