Perfil: Dr. Pedro Rafael Del Santo Magno

Revista Scientia: Por que você optou por seguir carreira na área médica?
Dr. Pedro: Meu primeiro contato com a medicina foi através do meu pediatra, e eu vi nele um profissional que tinha como objetivo ajudar as pessoas. Eu lembro de estar na sala de espera da consulta, e perceber que as pessoas saíam mais felizes do que quando entravam, e isso se tornou meu objetivo de vida. Foi por isso que persegui essa carreira. Uma das minhas satisfações pessoais é saber que dois anos depois de formado, eu o encontrei e agradeci por toda a inspiração que ele me proporcionou.
Revista Scientia: Por que decidiu vir a São Paulo? Por que o Hospital Sepaco?
Dr. Pedro: Eu cresci no Mato Grosso e aos 17 anos me mudei para Santa Maria–RS para fazer faculdade. Nesse momento eu percebi que eu poderia me reinventar em outro estado se achasse que era o melhor para mim. Inspirado pela minha noiva e pela família dela que são de São Paulo, percebi as vantagens de fazer residência e morar nesse estado. Me informei sobre o Hospital Sepaco através dos meus colegas de residência que trabalhavam na equipe da clínica médica, podendo personificar isso na figura do Dr. Alexandre Kayano, um médico (hoje especializado em Hematologia) que trabalhou no Sepaco e elogiava o serviço. Mas foi o projeto de educação, encabeçado pelo Dr. Marcos Eiró, que me envolveu de verdade com o Sepaco, tendo em vista que isso envolveria as duas realizações profissionais que eu almejo: médico e professor.
Revista Scientia: Qual foi a decisão mais difícil que teve que tomar no ano passado? Por que foi tão difícil?
Dr. Pedro: Houve um momento, no ápice da primeira onda, em que aceitei muitos trabalhos devido à sensação de que deveria estar ajudando mais a combater a COVID-19. Porém isso acabou implicando na minha saúde mental, já que não reservei períodos de lazer no meu cronograma. Houve momentos de Burnout. Foi difícil reconhecer que isso estava me fazendo mal, e sair de empregos seguros. Dedicar-me ao meu tempo foi essencial para que eu continuasse a trabalhar de forma saudável.
Revista Scientia: Qual é seu maior desafio como médico?
Dr. Pedro: Meu maior desafio como médico é entender, semanalmente, que eu não sei tudo e nunca vou saber. A frustração de estar diante de um problema e não conseguir resolver incomoda todos os médicos, e minha faculdade não me preparou para esse dilema. O paciente, os familiares e a sua própria equipe contam com você para sempre ter as respostas, mas muitas vezes elas não estão lá. O desafio é aprender que o médico dedicado precisa dar suporte a todos, mesmo não tendo sempre as melhores saídas para os problemas.
Revista Scientia: Qual sua motivação para seguir na carreira médica?
Dr. Pedro: A resposta óbvia é dizer que são os pacientes, e eles de fato nos inspiram a continuar estudando e nos aperfeiçoando. Mas para sair do clichê, gostaria de direcionar também essa resposta aos meus alunos. Existe um prazer imenso em mudar a forma como uma pessoa encara um problema e imaginar as ramificações de impactos futuros que isso pode causar. Quantos pacientes eu consigo ajudar através dos meus alunos? Essa pergunta me motiva a seguir tanto na carreira médica quanto na acadêmica.