Perfil: Dra. Gabriela de Souza Marques

Revista Scientia: Por que Clínica Médica?
Dra. Gabriela: A Clínica Médica trata de pacientes adultos e idosos de forma completa, em todos os sistemas do paciente. A vantagem principal da especialidade é a versatilidade, permitindo atuação em ambiente hospitalar e ambulatorial, de forma longitudinal ou emergencial, em diversas patologias, níveis de gravidade e faixas etárias. Uma das principais funções é estabelecer diagnósticos dos pacientes e seu tratamento na maioria das condições, podendo atuar junto a diversos profissionais de saúde e especialidades médicas.
Revista Scientia: Por que o Hospital Sepaco?
Dra. Gabriela: Sou uma das primeiras residentes de Clínica Médica do Sepaco. Eu não conhecia o serviço até o início de 2020, quando, no processo seletivo da Secretaria Estadual de Saúde, nos foi apresentado o programa. Chamou a atenção o enfoque nas atividades científicas e de atualização profissional, além do intenso suporte de preceptoria, teórico e prático, em contato com profissionais atuantes em outras instituições academicamente de destaque. O Hospital não depende da Residência Médica para funcionar e assim podemos focar em nosso aprendizado e formação profissional. Pesaram na decisão o fato de ser uma instituição filantrópica com foco em qualidade e excelência na assistência.
Revista Scientia: Durante a pandemia, o Hospital Sepaco passou por ajustes. Como foi esta vivência em nossa Instituição?
Dra. Gabriela: A COVID-19 apresentou um grande desafio para os profissionais de saúde do mundo. De todas as residências médicas, acredito que a do Sepaco foi a menos prejudicada, sem cancelamento de estágios ou aumento substancial de carga horária. Para mim, o maior impacto foi o aumento de doentes graves com necessidade de maior tempo de internação, assim como acompanhar a ciência progredindo em tempo acelerado. A mudança rápida de tratamentos e condutas preconizadas, de uso de máscaras à recomendação de tratamentos, foi de grande aprendizado profissional. Um bom exemplo foi a realização de ensaios clínicos no Sepaco, como o estudo Coalizão (grupo de estudos clínicos que avalia quais tratamentos podem impactar na evolução da doença), o que agrega grande valor à instituição e a seus profissionais. Também é complexo lidar com a rápida disseminação de desinformação médica, principalmente sobre a pandemia, gerando muitas vezes expectativas não realistas de familiares. Lidar com o lado psicológico de pacientes graves, famílias atingidas, limitação de visitantes e falecimento de pacientes, está sendo emocionalmente desafiador, doloroso e a equipe de psicologia é muito importante para navegar essa nova realidade.
Revista Scientia: Quais as perspectivas para com a profissão em 2021?
Dra. Gabriela: Acredito que a profissão de Clínico Médico mantém-se muito relevante e em crescimento, com novas facetas. O aumento do alcance da telemedicina, a necessidade de atualização constante quanto atuação médica, assim como a necessidade aumentada de uso de EPI, provavelmente se manterão em nossas rotinas profissionais por um tempo significativo. Junto aos desafios, apresentam-se as oportunidades e ampliação de mercado e necessidade de acompanhar patologias conhecidas e novas, de forma que mantenho uma perspectiva otimista como clínica quanto à minha profissão.