Promoção à Saúde: Ações em saúde com foco no autocuidado

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Dilma Medeiros Bertoldo
Supervisora do Núcleo de Promoção à Saúde do Sepaco Autogestão

Muitos estudos envolvem o conceito de promoção à saúde ao tratar do desenvolvimento de estratégias para subsidiar ações que possibilitem a autonomia e maior participação no autocuidado, além de melhoria na qualidade de vida e bem-estar da população. Foi a partir de 1978, na Declaração de Alma-Ata, que se começou a defender veementemente o direito à saúde para todos, data importante para levantar diretrizes e orientações voltadas para a prevenção e a gestão do cuidado.

Anos mais tarde, em novembro de 1986, durante a Primeira Conferência Internacional sobre Promoção à Saúde realizada em Ottawa, no Canadá, foi apresentado um documento denominado Carta de Intenções. A carta foi elaborada com base na Declaração de Alma-Ata – a partir dos progressos alcançados desde então para os Cuidados Primários em Saúde, com o documento Saúde para Todos da Organização Mundial da Saúde – e ainda nas discussões da Assembleia Mundial da Saúde sobre as ações intersetoriais necessárias para concepção de uma nova saúde pública. Nessa Carta de Intenções tem-se o conceito de promoção à saúde como:

[…] nome dado ao processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver. Nesse sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.

Distanciando-se intencionalmente dos conceitos teóricos para uma ordem prática, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aponta possibilidades de desenvolvimento da promoção à saúde. A ANS definiu como programa para a promoção de saúde e a prevenção de riscos e doenças um conjunto orientado de ações programáticas integradas que objetivam: a promoção de saúde; a prevenção de riscos, agravos e doenças; a compressão da morbidade; a redução dos anos perdidos por incapacidade; e o aumento da qualidade de vida dos indivíduos e populações.

Essas ações contribuíram significativamente para que as operadoras dos planos de saúde e seguradoras criassem estruturas e projetos voltados para a medicina preventiva e/ou programas de promoção à saúde a fim de atender seus beneficiários com tais premissas.

Sepaco: operadoras de saúde
Acreditando na melhoria das condições de saúde, qualidade de vida e bem-estar de seus beneficiários, o Serviço Social da Indústria do Papel, Papelão e Cortiça do Estado de São Paulo (Sepaco) registrou junto à ANS sua operadora Sepaco Autogestão e posteriormente a operadora Sepaco Saúde. A primeira destinada ao gerenciamento da saúde dos colaboradores e beneficiários das empresas do setor papeleiro e a segunda aos demais beneficiários dos contratos firmados com pessoas físicas e/ou jurídicas. Ambas disponibilizam uma ampla rede credenciada, atendimento prioritário no Hospital Sepaco, centros médicos e unidades regionais com atividades integradas ao hospital, além de várias ações de promoção à saúde.

Núcleo de Promoção à Saúde
O Núcleo de Promoção à Saúde tem como proposta atuar como adjuvante aos beneficiários das carteiras Sepaco Saúde e Sepaco Autogestão.

Para tanto, foram criados programas apresentados em núcleos de apoio estruturados para grupos específicos, sendo:

Figura 1: As atividades do Núcleo de Promoção à Saúde são divididas em quatro grupos temáticos específicos.

O setor conta com uma equipe multidisciplinar com enfermeiras, nutricionista, psicóloga e médicos. Esses profissionais realizam acolhimento, orientações, acompanhamento e intervenções por meio de monitoramentos telefônicos e atividades individuais e em grupo de educação em saúde, em especial para o estímulo ao autocuidado. Mensalmente são divulgadas as atividades que podem ser acessadas por QR Code.

Figura 2: As atividades mensais são divulgadas para os beneficiários em cartazes e também por e-mail.

Figura 3: A equipe de Promoção à Saúde da esquerda para a direita, em pé: Samantha Martin Negrini (psicóloga), Dilma Medeiros Bertoldo (supervisora e psicóloga), Fernanda Mendes Ribeiro (enfermeira). Da esquerda para a direita, sentadas: Larissa Marotte da Silva (auxiliar de enfermagem), Selma Amapro Ortolá Simó (enfermeira), Kátia Mayumi Baba Watanabe (nutricionista) e Flávia Ceccacci (enfermeira).

Conclusão
O planejamento e a organização das ações realizadas pelo Núcleo de Promoção à Saúde são fundamentais para o trabalho de educação em saúde, uma vez que possibilita a todos os beneficiários a participação ativa e o entendimento da importância do autocuidado.

A divisão por núcleos de apoio permite a identificação do que se busca a partir das necessidades e expectativas individuais, sendo que a oferta de vários temas e abordagens amplia as opções de escolha e contribuem para o fortalecimento do processo de autonomia e qualidade de vida, além de estarem pautados em conhecimento especializado.

Sobre o autor

  • - Membro da ABPSA – Associação Brasileira de Psicologia da Saúde
    - Mestra em Psicologia da Saúde pela Universidade Metodista de São Paulo
    - Pós-Graduada em Consultoria Empresarial pelo Centro Universitário Ítalo Brasileiro
    - Pós-Graduada em Administração e Planejamento em Projetos Sociais pela Universidade Veiga de Almeida
    - Graduada em Psicologia pela Universidade Santo Amaro