Transição de cuidados
Gisele Aparecida Rodrigues
Supervisora de Enfermagem das
Unidades de Internação Adulto
Sirlei Oliveira da Silva Dias
Supervisora de Enfermagem da
UTI Adulto
A transição do cuidado refere-se a um conjunto de ações destinadas à equipe multiprofissional, liderada pelo coordenador da unidade que tem a função de direcionar e transmitir para a equipe a continuidade do cuidado na transferência de pacientes entre as unidades da instituição.
A decisão da alta da UTI (Unidade de Internação ) não pode ser tomada isoladamente e em um momento único, deve ser discutida ao longo de toda a internação, trata-se de um processo que envolve diversos elementos, desde o planejamento terapêutico, prevendo recursos físicos e humanos, até a comunicação efetiva, o preparo do paciente e da família para uma adequada continuidade do cuidado de transição. Uma transição inadequada pode levar a eventos adversos graves.
Para tanto, a avaliação para a alta deve integrar as discussões diárias e utilizar critérios mínimos para uma transferência segura, se possível integrando estratégias de estratificação de risco, com visitas a alertar os envolvidos e elencar ações diferenciadas para prevenir desfechos desfavoráveis.
Alguns fatores relacionados ao paciente e à instituição funcionam como facilitadores para um atendimento de alta qualidade, durante a alta do paciente da UTI para a UI (Unidade de Internação). O principal deles é a experiência do paciente e da família, com disponibilidade de informações, envolvimento de ambos no planejamento e na educação de alta.
A qualidade das transições do cuidado tem sido utilizada como um dos componentes primordiais para a avaliação de desempenho de hospitais pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e certificadoras, estando relacionada à Segunda Meta Internacional de Segurança – Comunicação.
A importância da transição na alta de pacientes da UTI para a UI está relacionada a pacientes de alto risco, devido a um somatório de fatores, como a gravidade dos pacientes, as múltiplas comorbidades e a complexidade do cuidado.
No Hospital Sepaco, iniciamos a visita de transição em 2017, evidenciamos por meio de indicadores que, através da visita de transição, houve uma diminuição significativa nas readmissões menores que 24 horas.
Diante do perfil de pacientes da instituição, foram estabelecidos critérios para determinar quais pacientes são passados nas visitas:
• Idosos com idade menor que 80 anos;
• Em uso de gastrostomia;
• Em uso de traqueostomia;
• Pacientes com individualizações clínicas de
base (hipotensão/ bradicardia);
• Covid-19 positivo dependente de oxigênio.
Uma adequada transição do cuidado é uma estratégia para assegurar a continuidade dos cuidados para o paciente e sua família após a alta, contribuindo para a prevenção das readmissões.
A visita é passada três vezes por semana, sinalizada pela equipe multidisciplinar da UTI
Adulto que aciona a equipe da UI, para discutir as metas e o planejamento, de acordo com as particularidades de cada paciente com perguntas direcionadas beira leito.
A visita de transição se tornou uma prática importante entre a UTI e a Unidade de Internação Adulto, para o Hospital Sepaco, garantindo a qualidade e a excelência no atendimento, tratando a experiência e satisfação do paciente como nossa razão de ser Sepaco.
Referências bibliográficas
• Hervé M E W, Zucatti B, Lima M A D S. Transition of care at discharge from the
Intensive Care Unit: a scoping review. Revista Latino-Americana de Enfermagem,
Porto Alegre, 2020;28(3325):1-14. FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: https://www.
scielo.br/j/rlae/a/bPZfp5wyshqdkRkH63JFZ4k/?lang=en. Acesso em: 23 mar. 2022.