Experiência baseada em simulação no preparo da equipe de enfermagem para implantação do time de resposta rápida nas unidades de internação
Eloá otrenti
Da redação da revista scientia
Addans domingues dos santos
Enfermeiro instrutor de treinamento do pronto atendimento
A parada cardiorrespiratória (PCR) permanece como uma das
emergências cardiovasculares de grande prevalência e com
morbidade e mortalidade elevadas. A atualização da Diretriz
de Ressuscitação Cardiopulmonar da Sociedade Brasileira de
Cardiologia indica, entre os pontos essenciais no sucesso do
atendimento da PCR, a capacitação e o exercício do algoritmo
de atendimento e a criação de sistemas de times de resposta
rápida. O Hospital Sepaco, visando à excelência no atendimento
ao paciente crítico, a partir de agosto de 2022, implantou seu
Time de Resposta Rápida (TRR), com a finalidade de atender
a situações de emergência nas Unidades de Internação Adulto
e Unidade de Cuidados da Mulher (UCM).
O conceito de TRR surgiu na Austrália, na década de 1990, como
uma medida para identificar e agir rapidamente frente a quadros
de deterioração de condições clínicas em enfermaria (1). Segundo
o Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, com o passar
do tempo, as acreditadoras passaram a exigir a existência dessas
equipes, o que contribuiu para sua disseminação. Porém, no dia
a dia dos hospitais, os Times de Resposta Rápida ainda encontram
dificuldades (2). No Sepaco, o TRR é formado por um Médico e um
Enfermeiro da Unidade de Terapia Intensiva Adulto; essa equipe
se desloca até a unidade solicitante, direcionando e/ou auxiliando
a equipe local. O acionamento ocorre em casos de Parada
Cardiorrespiratória (PCR), Intubação Orotraqueal (IOT), Choque
e Arritmia com instabilidade. A fim de implantar o atendimento
do TRR, foram realizados treinamentos em duas etapas, para toda
a equipe de enfermagem das unidades mencionadas previamente.
Na primeira etapa, todos os participantes assistiram a um
treinamento online, disponível na plataforma de ensino institucional.
Esse treinamento teve duração de 20 minutos, com vídeo gravado
especialmente para essa finalidade. O conteúdo contemplava
identificação da PCR, solicitação de ajuda com acionamento do
time de resposta rápida, início imediato das compressões,
organização da equipe e papéis de cada membro, medicações
utilizadas, ritmos chocáveis e não chocáveis, ventilação correta,
identificação de retorno da circulação espontânea e cuidados.
A segunda etapa foi a validação prática das habilidades. Para isso,
foram organizados ciclos rápidos de simulação, com 4 ou 5
participantes da equipe de enfermagem acompanhadas por dois
validadores; a duração prevista dessa atividade foi de uma hora.
Essa etapa foi ofertada nos três turnos de trabalho para viabilizar
a capacitação de 100% da equipe de enfermagem das unidades envolvidas.
Os participantes foram orientados a realizar o atendimento completo
do paciente, em manequim de baixa fidelidade. Foram disponibilizados
materiais para o atendimento simulado. Os validadores, munidos de
um checklist de ações, faziam pausas na cena para indagar possíveis
falhas. O checklist contemplava todos os passos que devem ser
realizados para o atendimento adequado à PCR, conforme conteúdo
teórico prévio.
A validação do aprendizado por meio da prática simulada foi
realizada pela equipe de Enfermeiros Instrutores de Treinamento:
Addans Domingues, Joana Santos, Lara Soriano, Nanci Ferreira,
Roberta Rocha, Tamires Ávila, as e enfermeiras de Educação
continuada do Instituto de Ensino e Pesquisa Eloá Otrenti e
Erika Santos.
Vale destacar que a primeira e a segunda etapa aconteceram
no mesmo mês, portanto, os participantes da atividade prática
haviam assistido à videoaula há pouco tempo. Todos os
conteúdos foram elaborados de acordo com as diretrizes da
American Heart Association.
Após 27 dias de treinamentos, foram capacitados 249 profissionais.
A avaliação dos participantes e da equipe de instrutores foi positiva
quanto à efetividade da ação e à potencialidade da estratégia adotada.
Esta é mais uma ação do Hospital Sepaco, objetivando a segurança
e a excelência no atendimento ao cliente.
Os próximos passos serão a capacitação de times para o atendimento
ao paciente pediátrico e à gestante a partir da 33ª semana, públicos
esses que requerem uma atenção especial, visto que o atendimento
possui algumas particularidades.

Referências bibliográficas
• Rocha, H A L, Alcântara A C C, Rocha S G M O, Toscano C M.
Efetividade do uso de times de resposta rápida para reduzir a
ocorrência de parada cardíaca e mortalidade hospitalar: uma
revisão sistemática e metanálise. Rev. bras. ter. intensiva
[Internet]. 2018 Sep; 30(3): 366-375.
• Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente. Time de
Resposta Rápida: acionar ou não? Disponível em: https://segurancadopaciente.com.br/qualidade-assist/time
-de-resposta-rapida-acionar-ou-nao/.